Todo ano, um terço dos alimentos produzidos tem como destino o lixo. Será que um dia vamos ter consumo e produção responsáveis? A Agenda 2030 criou metas para alcançar esse objetivo. Confira aqui!
É possível consumir e produzir de maneira sustentável?
Atualmente, quase um bilhão de pessoas estão passando fome no mundo e um terço dos alimentos produzidos está indo parar no lixo. Evitar o desperdício desses alimentos poderia beneficiar as pessoas que não tem sequer acesso à comida.
A situação assusta, mas nem tudo está perdido. Através da Agenda 2030, a ONU propôs para os países signatários a ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis que fala sobre o desperdício de alimentos. O ODS 12 quer assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis, uso consciente dos recursos naturais e muito mais.
Neste artigo vamos destacar os pontos que mais chamam a atenção dessa ODS que almeja tornar comum o consumo e produção sustentáveis.
Assim como os outros ODS que falamos aqui no blog, o ODS 12 tem um grande objetivo separado em pequenas metas que vão sendo concluídas para cumpri-lo. São elas:
1. Implementar o Plano Decenal de Programas Sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com todos os países tomando medidas, e os países desenvolvidos assumindo a liderança, tendo em conta o desenvolvimento e as capacidades dos países em desenvolvimento;
2. Até 2030, alcançar gestão sustentável e uso eficiente dos recursos naturais;
3. Até 2030, reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, em nível de varejo e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita;
4. Até 2020, alcançar o manejo ambientalmente adequado dos produtos químicos e de todos os resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida destes, de acordo com os marcos internacionalmente acordados, e reduzir significativamente a liberação destes para o ar, água e solo, para minimizar seus impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente;
5. Até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso,
6. Incentivar as empresas, especialmente as empresas grandes e transnacionais, a adotar práticas sustentáveis e a integrar informações de sustentabilidade em seu ciclo de relatórios;
7. Promover práticas de compras públicas sustentáveis, de acordo com as políticas e prioridades nacionais;
8. Até 2030, garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e conscientização sobre o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza;
9. Apoiar países em desenvolvimento para que fortaleçam suas capacidades científicas e tecnológicas em rumo à padrões mais sustentáveis de produção e consumo;
10. Desenvolver e implementar ferramentas para monitorar os impactos do desenvolvimento sustentável para o turismo sustentável que gera empregos, promove a cultura e os produtos locais;
11. Racionalizar subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis, que encorajam o consumo exagerado, eliminando as distorções de mercado, de acordo com as circunstâncias nacionais, inclusive por meio da reestruturação fiscal e a eliminação gradual desses subsídios prejudiciais, caso existam, para refletir os seus impactos ambientais, tendo plenamente em conta as necessidades específicas e condições dos países em desenvolvimento e minimizando os possíveis impactos adversos sobre o seu desenvolvimento de maneira que proteja os pobres e as comunidades afetadas.
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Em entrevista para o site da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o Prof. Dr. Weber Amaral, especialista em economia circular da ESALQ-USP, levantou soluções que destacam o potencial do Brasil para alcançar essa meta, como trabalhar para identificar onde está ocorrendo a perda de alimentos, já que 30% do que é produzido no mundo é desperdiçado antes de chegar à mesa do consumidor.
Quando questionado diretamente se acredita que o Brasil pode conseguir alcançar essa meta, Weber Amaral responde:
“O Brasil poderá atingir a meta estabelecida para 2030. A adoção dos fundamentos da Economia Circular pode ser uma excelente estratégia para buscar esta meta, trabalhando no desenho para a circularidade dos produtos, reduzindo as perdas já no desenho dos produtos (prevenção), e em seguida, reduzindo as perdas nos processos de fabricação (redução do volume gerado) e posteriormente reutilizando e reciclando volumes menores que os atuais por ciclo do produto gerado. Porém, necessitamos de habilitadores que fortalecem práticas de logística reversa, manufatura, reciclagem e em especial, desenho para circularidade, dentro de um contexto de políticas públicas de suporte e não punitivas.”
O objetivo do ODS é simples: promover o consumo e a produção sustentáveis. Mas, para alcançá-lo, vamos precisar repensar em nossos hábitos como consumidores e empresários e identificar onde melhorar.
A primeira mudança sempre começa com a gente.
Conhece outra iniciativa que contribui para o consumo e a produção sustentável? Compartilhe conosco nos comentários.