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8.3.2022

Mãe programadora

No Dia Internacional da Mulher, nossa dev Ariadni conta um pouco sobre os desafios de ser programadora e ao mesmo tempo exercer o cargo mais importante do mundo: ser Mãe.

Quando eu era criança, meu pai era programador e minha mãe dona de casa. Eu dizia que jamais seria programadora, porque isso me faria viver trabalhando e não teria tempo pros meus filhos.

E olha só, pai, quem diria (além de você) que eu me tornaria mãe e programadora?!

Muitas coisas do cenário de trabalho mudaram de lá pra cá, tanto o trabalho remoto, que vinha crescendo aos poucos e deu um boom durante a pandemia, quanto a entrada (aos poucos) das mulheres na tecnologia.

Durante toda minha vida, a programação esteve presente nos assuntos de família, nas pessoas próximas, e demorou pra que eu me sentisse apta “cognitivamente“ para ser programadora. Sim, é muito louco descrever isso agora,  mas houve sempre uma sombra que me rodeava dizendo de que eu não conseguiria dar conta de uma profissão “intelectual a esse nível”, por mais inteligente que eu me sentisse.

Conforme os véus da nossa ignorância vão caindo, entendemos que não existe uma tendência masculina à lógica ou capacidade cognitiva superior sexista, muito pelo contrário, ambos os sexos e gêneros possuem características de criação e cultura que podem ser aproveitadas em todas as profissões. Além disso, compreendemos o principal: “Você trabalhará bem em tudo que se dedicar“. Nesse momento, as portas se abrem dentro da gente e nossa jornada começa.

E pra qualquer pessoa que decidiu entrar na área, é sabido que tem que levar a sério os estudos e a busca de prática. Atualmente tenho 4 anos de carreira como dev e dois maravilhosos filhos: Surya, de 11 anos, e Zion, de 1 ano.

Quando tive a Surya, tinha 19 anos, morava na periferia de Porto Alegre e tive que largar o terceiro ano do ensino médio porque estava com um barrigão que não suportava a caminhada até a escola e não tinha dinheiro para passagem de ônibus.

Já na gravidez do Zion, eu tinha 29, e apesar de já estar planejando ele há 3 anos, eu realmente não esperava que ele viria no início de uma pandemia, quarentena, uma vida de muito stress morando em São Paulo e mudanças na minha vida profissional.

Aqui no Colab adoramos inovar na gestão pública!

Por isso, disponibilizamos alguns conteúdos mais completos que falam sobre gestão pública. Deixe o seu melhor e-mail para recebê-los!

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O Colab entrou em contato comigo pelo LinkedIn, participei do processo seletivo e me apaixonei de verdade pelo que iríamos fazer. Descobri que estava grávida durante o processo, me lembro que falei pro meu tech leader que tinha algo “ruim“ pra contar (na minha cabeça, estar grávida naquele momento era assinar embaixo que meu nível de produtividade não seria o suficiente pro que eles estavam buscando).

Ele me respondeu algo como, “Como assim algo ruim? Isso é muito bom! Temos outro do time que também vai ter um bebê e ficamos felizes com mais um colabinho“.

No Colab eu nunca tive falta de empatia com a situação “compromissos de mãe“ ou falta de apoio com a situação “medo de não ser o suficiente“ por ter um bebê, simplesmente. Além disso, criar um bebê recém nascido dá trabalho, é como se eu tivesse 2 trabalhos (fora as atividades familiares comuns).

Hoje em dia estou mais madura em relação a esses medos e devo isso totalmente ao meu time. Quis contar a minha história aqui para inspirar outras mulheres a enfrentarem seus medos e reconhecerem e criarem os seus espaços.

Não existe um momento “acabado“, e as andanças da vida fluem conforme a gente enxerga a nossa vulnerabilidade com honestidade e age. Sendo bem sincera pra vocês, o único dia em que consegui dar conta de tudo que planejei nas minhas multitarefas, eu tive uma crise de ansiedade no final do dia, quando tudo acabou. As mulheres são sobrecarregadas de muitas formas, sobretudo as mulheres negras, que precisam lidar com a interseccionalidade.

Sou uma mulher branca e, hoje em dia, privilegiada, mas cada contexto é único, por isso encontrar nossos espaços de apoio é substancial.

Ter um bebê e viver a maternidade é incrível, é um dos pontos mais altos da vida pra mim, e, ao mesmo tempo, eu gosto muito de trabalhar com tecnologia, ter meu plano de carreira, evoluir, crescer como dev e aprender a ser cada vez melhor em resolver problemas.

Após voltar da licença maternidade, revi minhas prioridades muitas vezes, sempre foquei no meu filho em primeiro lugar e consegui provar a mim mesma que ser mãe e estar vivendo a maternidade não me impede de conseguir fazer entregas de valor se eu me manter contextualizada e me sentindo envolvida com o que a empresa e o time vem fazendo. Dessa forma, deixam de ser “tarefas a entregar“ e vira um “trabalho legal que está sendo feito e eu faço parte“.

O entendimento do meu momento é muito importante e o respeito a mim mesma quando entendo que não faz sentido eu comparar a minha produtividade com a de quem não está trabalhando e vivendo a maternidade ao mesmo tempo.

Pra cuidar do bebê eu recebo apoio do marido, da filha e já tive babá também. A questão é que ninguém substitui a mãe, ainda mais pra um bebê pequeno, e, sinceramente, eu nem quero isso e procuro ser presente sempre.

Ainda é um desafio diário dar conta das coisas, eu passei por muitas jornadas, mas me sinto leve em poder trabalhar com o que eu gosto e viver o que eu acredito, sem a necessidade de estar numa corrida pessoal na minha carreira e só assim me sentir satisfeita. E por eu ser mulher, pertenço a um “grupo“ que está cavando o seu espaço na tecnologia nesse momento. E quem é da tecnologia sabe, a gente nunca vai saber tudo, e quanto mais se sabe, maior deve ser a humildade de enxergar nossas possíveis ignorâncias. Faz parte de lidar com inovação, com tentar enxergar fora da caixa e resolver problemas.

Hoje em dia tento seguir uma máxima dentro de mim, que é o que a pessoa que mais leu livros no mundo respondeu quando pediram um conselho sobre como aprender: Humildade intelectual e respeito à realidade.

Eu quero ver cada vez mais mulheres na tecnologia, mas não apenas isso, quero ver mulheres nas lideranças. Quero também que seja comum encontrar mulheres negras ascendendo em sua profissão tanto quanto as brancas.Todas juntas somos mais fortes, a diversidade traz muito valor. 

O mercado de tecnologia ainda é majoritariamente masculino e branco, sou privilegiada e, talvez, até sortuda de ter encontrado um espaço como o Colab que me acolheu e me permitiu florescer como mãe programadora, mas isso não deveria ser exceção, deveria ser a regra.

Finalizo citando uma frase que me marcou muito como mulher, profissional, mãe e ser humano:

Qual é a maior lição que uma mulher pode aprender?

Que desde o primeiro dia, ela sempre teve tudo o que precisa dentro de si mesma, foi o mundo que a convenceu de que ela não tinha.

Rupi Kaur

O Colab entrou em contato comigo pelo LinkedIn, participei do processo seletivo e me apaixonei de verdade pelo que iríamos fazer. Descobri que estava grávida durante o processo, me lembro que falei pro meu tech leader que tinha algo “ruim“ pra contar (na minha cabeça, estar grávida naquele momento era assinar embaixo que meu nível de produtividade não seria o suficiente pro que eles estavam buscando).

Ele me respondeu algo como, “Como assim algo ruim? Isso é muito bom! Temos outro do time que também vai ter um bebê e ficamos felizes com mais um colabinho“.

No Colab eu nunca tive falta de empatia com a situação “compromissos de mãe“ ou falta de apoio com a situação “medo de não ser o suficiente“ por ter um bebê, simplesmente. Além disso, criar um bebê recém nascido dá trabalho, é como se eu tivesse 2 trabalhos (fora as atividades familiares comuns).

Hoje em dia estou mais madura em relação a esses medos e devo isso totalmente ao meu time. Quis contar a minha história aqui para inspirar outras mulheres a enfrentarem seus medos e reconhecerem e criarem os seus espaços.

Não existe um momento “acabado“, e as andanças da vida fluem conforme a gente enxerga a nossa vulnerabilidade com honestidade e age. Sendo bem sincera pra vocês, o único dia em que consegui dar conta de tudo que planejei nas minhas multitarefas, eu tive uma crise de ansiedade no final do dia, quando tudo acabou. As mulheres são sobrecarregadas de muitas formas, sobretudo as mulheres negras, que precisam lidar com a interseccionalidade.

Sou uma mulher branca e, hoje em dia, privilegiada, mas cada contexto é único, por isso encontrar nossos espaços de apoio é substancial.

Ter um bebê e viver a maternidade é incrível, é um dos pontos mais altos da vida pra mim, e, ao mesmo tempo, eu gosto muito de trabalhar com tecnologia, ter meu plano de carreira, evoluir, crescer como dev e aprender a ser cada vez melhor em resolver problemas.

Após voltar da licença maternidade, revi minhas prioridades muitas vezes, sempre foquei no meu filho em primeiro lugar e consegui provar a mim mesma que ser mãe e estar vivendo a maternidade não me impede de conseguir fazer entregas de valor se eu me manter contextualizada e me sentindo envolvida com o que a empresa e o time vem fazendo. Dessa forma, deixam de ser “tarefas a entregar“ e vira um “trabalho legal que está sendo feito e eu faço parte“.

O entendimento do meu momento é muito importante e o respeito a mim mesma quando entendo que não faz sentido eu comparar a minha produtividade com a de quem não está trabalhando e vivendo a maternidade ao mesmo tempo.

Pra cuidar do bebê eu recebo apoio do marido, da filha e já tive babá também. A questão é que ninguém substitui a mãe, ainda mais pra um bebê pequeno, e, sinceramente, eu nem quero isso e procuro ser presente sempre.

Ainda é um desafio diário dar conta das coisas, eu passei por muitas jornadas, mas me sinto leve em poder trabalhar com o que eu gosto e viver o que eu acredito, sem a necessidade de estar numa corrida pessoal na minha carreira e só assim me sentir satisfeita. E por eu ser mulher, pertenço a um “grupo“ que está cavando o seu espaço na tecnologia nesse momento. E quem é da tecnologia sabe, a gente nunca vai saber tudo, e quanto mais se sabe, maior deve ser a humildade de enxergar nossas possíveis ignorâncias. Faz parte de lidar com inovação, com tentar enxergar fora da caixa e resolver problemas.

Hoje em dia tento seguir uma máxima dentro de mim, que é o que a pessoa que mais leu livros no mundo respondeu quando pediram um conselho sobre como aprender: Humildade intelectual e respeito à realidade.

Eu quero ver cada vez mais mulheres na tecnologia, mas não apenas isso, quero ver mulheres nas lideranças. Quero também que seja comum encontrar mulheres negras ascendendo em sua profissão tanto quanto as brancas.Todas juntas somos mais fortes, a diversidade traz muito valor. 

O mercado de tecnologia ainda é majoritariamente masculino e branco, sou privilegiada e, talvez, até sortuda de ter encontrado um espaço como o Colab que me acolheu e me permitiu florescer como mãe programadora, mas isso não deveria ser exceção, deveria ser a regra.

Finalizo citando uma frase que me marcou muito como mulher, profissional, mãe e ser humano:

Qual é a maior lição que uma mulher pode aprender?

Que desde o primeiro dia, ela sempre teve tudo o que precisa dentro de si mesma, foi o mundo que a convenceu de que ela não tinha.

Rupi Kaur

Ariadni Chioquetta

Sobre o autor

Desenvolvedora mobile no Colab. Acredita na mudança visando o futuro. E o futuro se faz com um presente focado na democracia, empatia e inovação tecnológica.