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13.12.2021

Precisamos de políticas públicas para animais

Neste artigo explicamos porque as políticas públicas para animais são necessárias e quais os impactos que elas têm para o município.

Quando falamos sobre políticas públicas é comum pensarmos naquelas que incentivam a educação, a criação de trabalhos ou construção de espaços públicos. Contudo, as políticas públicas de um município vão muito além disso. 

As políticas públicas podem beneficiar aqueles que não vão à urna, não se envolvem com política e geralmente são esquecidos: os animais e a natureza. 

Falamos muito sobre cidades sustentáveis, mas para que sejam realmente sustentáveis precisamos de cidades resilientes que se adaptem para atender às necessidades dos animais selvagens que perderam parte de seus territórios para o crescimento urbano. 

Neste artigo traremos algumas das boas práticas adotadas por países de diversas partes do mundo para inspirar a sua gestão a criar políticas públicas para os animais. Originalmente essas práticas foram publicadas em inglês no jornal Bloomberg, você pode conferir o texto original clicando aqui

 

Falta de políticas públicas para animais: Um risco para todos

Você sabia que a cada segundo 17 animais silvestres morrem nas rodovias brasileiras? 

Esse dado fica ainda mais absurdo quando pensamos que, por dia, morrem 1,3 milhão de animais. Por ano, a conta chega a 475 milhões. Os acidentes em estrada tiram a vida de milhões de animais e está na hora de mudarmos essa situação. 

Além das inúmeras vidas perdidas, a falta de políticas públicas para proteger os animais traz perdas financeiras. O jornal Correio Braziliense levantou esses números em sua matéria sobre o assunto. Usando a média de valores de São Paulo levantados pelo jornal, temos os seguintes dados:

  • Cada acidente gera, em média, o custo de R$21,6 mil. Caso tenha vítimas humanas, o valor aumenta. 
  • Em mais de 90% dos processos contra as concessionárias por conta de acidentes com animais, as vítimas ou seus familiares ganham. 
  • Anualmente, R$2,4 milhões são pagos em indenização apenas em São Paulo. 

Infelizmente, acidentes com animais são comuns no mundo todo.  

Especialistas estimam que nos Estados Unidos, os veículos colidem com animais selvagens de grande porte mais de mais de 1 milhão de vezes por ano e essas colisões custam mais de US$8 bilhões para reparos e tratamento de feridos.

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A pesquisa é realizada pela ONU-Habitat através do Colab e ajuda a mapear as cidades brasileiras que são realmente sustentáveis.

Quais políticas públicas para animais estão sendo criadas?

Como a situação é recorrente em todo mundo, muitas cidades estão se adaptando para criar políticas públicas para animais que garantam a segurança deles e respeitem seus rituais.

Massachusetts (EUA)

Os cidadãos de Massachusetts estavam preocupados, pois muitas salamandras que moravam próximo à Henry Street estavam sendo atropeladas pelos motoristas. Cada vez mais movimentada, a rua atravessa parte do caminho utilizado pelas salamandras para ir até seu local de reprodução. 

Os moradores da cidade formaram “brigadas de baldes” e toda primavera iam ao encontro das salamandras para ajudá-las a atravessar em segurança.  

Em 1987 começou a construção de uma passagem subterrânea oficial para os anfíbios e estima-se que 100 a 200 salamandras e pequenas rãs atravessem o  túnel por ano.

Ilha Christmas (Austrália)

Nesse caso, a política pública para animais se tornou um ponto turístico. 

Para acasalar, os caranguejos vermelhos precisavam atravessar correndo uma rodovia e muitos acabam esmagados por carros no caminho. Ao perceberem a situação, os guardas florestais de Ilha Christmas ergueram uma ponte de plástico de 5 metros de altura que direciona os milhares de caranguejos vermelhos para seu local de procriação. 

De acordo com Linda Cash, da Christmas Island Tourism Association, ao jornal Telegraph: “Sydney pode ter sua Harbour Bridge e São Francisco sua Golden Gate Bridge, mas é a nossa ponte caranguejo que está atraindo turistas de todo o mundo.”

As políticas públicas para animais funcionam nas metrópoles?

Existem muitos outros exemplos de políticas públicas, além de construções acima ou abaixo de estradas, e alguns aconteceram em metrópoles.  

Em Oslo, a capital da Noruega, foi criada uma política pública para proteger as abelhas. Sim, nossas pequenas amigas listradas correm risco de extinção e sem elas, o futuro da humanidade também corre risco de extinção

Para protegê-las, os moradores de Oslo começaram a plantar flores em telhados e em parques dentro de uma rota pré-determinada pelo poder público conhecida como Estrada das Abelhas.

Assim, as abelhas da região podem viajar e encontrar alimento em toda cidade, além de auxiliar no processo reprodutivo de diversas espécies de plantas. 

O governo do estado do Arizona (EUA) instalou doze passagens subterrâneas e viadutos perto das cidades de Flagstaff e Payson. Como resultado, os alces conseguiram um caminho seguro para suas travessias e o número de acidentes de trânsito caiu 90% na região. 

A Constituição Federal garante a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e cabe ao poder público cuidar e proteger nossa fauna e flora. Sendo assim, podemos dizer que políticas públicas para animais são um direito garantido por lei.  

Seja construindo pontes ou túneis subterrâneos, pensar na natureza beneficia a todos e é uma prática que precisa estar mais presente nos municípios e estados brasileiros. 

Quais políticas públicas para animais estão sendo criadas?

Como a situação é recorrente em todo mundo, muitas cidades estão se adaptando para criar políticas públicas para animais que garantam a segurança deles e respeitem seus rituais.

Massachusetts (EUA)

Os cidadãos de Massachusetts estavam preocupados, pois muitas salamandras que moravam próximo à Henry Street estavam sendo atropeladas pelos motoristas. Cada vez mais movimentada, a rua atravessa parte do caminho utilizado pelas salamandras para ir até seu local de reprodução. 

Os moradores da cidade formaram “brigadas de baldes” e toda primavera iam ao encontro das salamandras para ajudá-las a atravessar em segurança.  

Em 1987 começou a construção de uma passagem subterrânea oficial para os anfíbios e estima-se que 100 a 200 salamandras e pequenas rãs atravessem o  túnel por ano.

Ilha Christmas (Austrália)

Nesse caso, a política pública para animais se tornou um ponto turístico. 

Para acasalar, os caranguejos vermelhos precisavam atravessar correndo uma rodovia e muitos acabam esmagados por carros no caminho. Ao perceberem a situação, os guardas florestais de Ilha Christmas ergueram uma ponte de plástico de 5 metros de altura que direciona os milhares de caranguejos vermelhos para seu local de procriação. 

De acordo com Linda Cash, da Christmas Island Tourism Association, ao jornal Telegraph: “Sydney pode ter sua Harbour Bridge e São Francisco sua Golden Gate Bridge, mas é a nossa ponte caranguejo que está atraindo turistas de todo o mundo.”

As políticas públicas para animais funcionam nas metrópoles?

Existem muitos outros exemplos de políticas públicas, além de construções acima ou abaixo de estradas, e alguns aconteceram em metrópoles.  

Em Oslo, a capital da Noruega, foi criada uma política pública para proteger as abelhas. Sim, nossas pequenas amigas listradas correm risco de extinção e sem elas, o futuro da humanidade também corre risco de extinção

Para protegê-las, os moradores de Oslo começaram a plantar flores em telhados e em parques dentro de uma rota pré-determinada pelo poder público conhecida como Estrada das Abelhas.

Assim, as abelhas da região podem viajar e encontrar alimento em toda cidade, além de auxiliar no processo reprodutivo de diversas espécies de plantas. 

O governo do estado do Arizona (EUA) instalou doze passagens subterrâneas e viadutos perto das cidades de Flagstaff e Payson. Como resultado, os alces conseguiram um caminho seguro para suas travessias e o número de acidentes de trânsito caiu 90% na região. 

A Constituição Federal garante a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e cabe ao poder público cuidar e proteger nossa fauna e flora. Sendo assim, podemos dizer que políticas públicas para animais são um direito garantido por lei.  

Seja construindo pontes ou túneis subterrâneos, pensar na natureza beneficia a todos e é uma prática que precisa estar mais presente nos municípios e estados brasileiros. 

Nat Almeida

Sobre o autor

Publicitária metida a escritora que gosta de falar sobre criatividade na gestão pública e é uma grande amante dos pães de queijo.