Smart Cities são cidades projetadas para melhorar a vida dos moradores adotando tecnologias que tragam diferenças positivas para o cotidiano de seus habitantes. Saiba como isso acontece neste artigo!
Smart Cities – ou cidades inteligentes – são cidades projetadas para melhorar a vida dos moradores, otimizando serviços públicos e adotando tecnologias que tragam diferenças positivas para o cotidiano de todos os habitantes.
Em teoria elas são cidades projetadas para as pessoas, mas será que na prática também é assim?
A Sidewalk Labs, uma subsidiária da Alphabet (empresa que controla o Google), está trabalhando para criar a primeira cidade realmente inteligente em uma região de Toronto, Canadá.
Desde agosto do ano passado a empresa está divulgando pequenos detalhes sobre o projeto que promete ter prédios feitos de madeira de regiões reflorestadas, painéis para captação de energia geotérmica e uma rede de túneis subterrâneos para transporte de encomendas e materiais.
O projeto parece promissor, mas será que essa cidade está realmente sendo planejada para as pessoas?
Os moradores da região acreditam que não e têm muitos questionamentos sobre o que acontecerá com os dados coletados pela Sidewalk Labs.
Acontece que para um projeto como esse ser executado é necessário fechar parcerias com empresas privadas que podem coletar dados sobre os hábitos dos cidadãos. A doutora Ann Cavoukian, especialista em privacidade, pediu demissão do projeto no final de 2018 alegando que as informações coletadas seriam identificáveis e disponibilizadas para terceiros, que poderiam usá-las para ofertar produtos e serviços aos moradores. Em sua carta de demissão, ela escreveu que “eu imaginei que criaríamos uma Cidade Inteligente de Privacidade, em oposição a uma Cidade Inteligente de Vigilância.”
O Torontoist coletou 35 perguntas dos moradores sobre o projeto que variam desde compreender se o sistema pode ser facilmente hackeado até quem vai se beneficiar com os dados coletados.
O caso de Toronto ilustra a percepção de que as cidades inteligentes, embora pretendam no fim ser cidades melhores para as pessoas, tem como pilar chave para essas melhorias o uso de dados da população. E este assunto ainda não está claro, o que justifica a desconfiança por parte da população.
Existem iniciativas como as govtechs que querem usar a tecnologia para auxiliar as cidades, mas ainda existe muita desinformação e o medo que os dados sejam usados para fins comerciais.
A informação se tornou a moeda mais preciosa e as pessoas ainda não entendem como ela pode ser usada.
Governos e empresas precisam entrar em um acordo que defina como os dados serão usados e por quem, assim é possível passar clareza para a população e diminuir as preocupações.
Para que possamos afirmar que uma cidade é pensada nas pessoas, devemos analisar se ela funciona para as pessoas.
Nessa cidade é possível andar a pé nas ruas? Os moradores conseguem se locomover utilizando bicicletas? Afinal, como é a mobilidade urbana nesse local?
As cidades devem ser pensadas para as pessoas e não somente para as coisas (como os carros).
Atualmente, muitas cidades brasileiras vivem em uma realidade na qual os moradores precisam ir até praças “privadas” de shoppings centers em busca de lazer por não se sentirem seguros nas praças públicas. Mesmo com todo o investimento, nossas cidades ainda não estão pensando nas pessoas.
Qual sua opinião sobre esse tema? Você acredita que as cidades estão sendo pensadas para as pessoas? Compartilhe conosco nos comentários.
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Publicitária metida a escritora que gosta de falar sobre criatividade na gestão pública e é uma grande amante dos pães de queijo.