Pela importância que os mares e oceanos têm para o mundo, a Agenda 2030 traz o Objetivo 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos para o desenvolvimento sustentável. Confira!
Cerca de 71% da Terra é coberta por água em estado líquido. Desse número, 97% está nos oceanos que abrigam toda a diversidade dos ecossistemas marinhos.
Além de ser o lar de muitas espécies de seres vivos, os mares e oceanos também ajudam os navios que transportam cargas, oferecem momentos relaxantes de lazer aos banhistas nas praias, contribuem com a manutenção do equilíbrio térmico do mundo e fornecem alimentos.
Porém, segundo o estudo publicado no Boletim de Poluição Marinha, mesmo com todas as qualidades e impacto que os mares e oceanos tem em nossas vidas, eles sofrem constantemente com a poluição por plástico que custa US$2,5 trilhões por ano ao mundo.
Por saber da importância que os mares e oceanos têm para o mundo, um dos ODS que a Agenda 2030 traz é o Objetivo 14: conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Neste artigo vamos falar desse ODS e te mostrar porque é tão importante cuidar dos oceanos. Vamos lá!
De acordo com o pesquisador José Luiz Azevedo, coordenador do curso de Oceanologia da Universidade federal do Rio Grande (FURG), em entrevista para o portal Terra:
"Está muito claro que os oceanos têm uma grande importância ecológica, econômica, política e sociocultural. Os oceanos são um ponto crítico até para a sobrevivência da espécie humana e de todos os seres vivos no nosso planeta. Os oceanos são fundamentais. Eles regulam o clima, nos proporcionam alimentação. E grande parte da população mundial vive na zona costeira. As grandes cidades do mundo estão todas na costa, em contato direto com o oceano."
Vamos a dois exemplos que mostram bem como os mares e oceanos estão sofrendo com o impacto da poluição:
A costa brasileira possui uma diversidade abundante de espécies de corais marinhos, principalmente na região entre o sul da Bahia e norte do Espírito Santo.
Os corais são importantes para a proteção da área costeira e a vida de muitas espécies marinhas que vivem em torno deles. Alguns também possuem propriedades farmacológicas que ajudam no tratamento de doenças em humanos.
Porém, estudos recentes mostram que os corais na costa brasileira estão morrendo e várias espécies sofrem com o branqueamento causado pelo aumento da temperatura na água do mar. Vale ressaltar que o aumento da temperatura da água acontece pelos gases do efeito estufa em nossa atmosfera.
Ou seja, os oceanos sofrem com o lixo que é descartado neles e com a poluição da terra firme também.
Você pode ler mais sobre esse tema na matéria publicada pelo Mar Sem Fim clicando aqui.
Em 2015 o mundo parou para assistir o vídeo filmado pela bióloga Christine Figgener, trata-se do vídeo da retirada de um canudo de dentro do nariz de uma tartaruga marinha que viralizou nas redes sociais.
Em entrevista por e-mail ao UOL, a pesquisadora disse:
"Estávamos capturando tartarugas para o estudo e encontramos essa específica. É comum encontrarmos tartarugas marinhas machucadas, mas geralmente é por causa de arpões ou redes de pesca, ou ainda mordidas de tubarões, mas nunca havia visto um canudo preso no nariz de uma delas. Ficamos muito chocados quando percebemos o tanto de dor que ela sentia. Ao voltarmos para a terra firme, resolvemos subir o vídeo na internet para mostrar para o público os perigos de se jogar lixo nas praias.”
Depois desse episódio, os canudos de plástico se tornaram o primeiro vilão do meio ambiente a ser combatido e seu uso foi proibido em diversas cidades ao redor do mundo.
Através da Agenda 2030, a ONU criou metas para a conservação e o uso sustentável dos oceanos. Elas são:
1. Até 2025, prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos, especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e a poluição por nutrientes
2. Até 2020, gerir de forma sustentável e proteger os ecossistemas marinhos e costeiros para evitar impactos adversos significativos, inclusive por meio do reforço da sua capacidade de resiliência, e tomar medidas para a sua restauração, a fim de assegurar oceanos saudáveis e produtivos
3. Minimizar e enfrentar os impactos da acidificação dos oceanos, inclusive por meio do reforço da cooperação científica em todos os níveis
4. Até 2020, efetivamente regular a coleta, e acabar com a sobrepesca, ilegal, não reportada e não regulamentada e as práticas de pesca destrutivas, e implementar planos de gestão com base científica, para restaurar populações de peixes no menor tempo possível, pelo menos a níveis que possam produzir rendimento máximo sustentável, como determinado por suas características biológicas
5. Até 2020, conservar pelo menos 10% das zonas costeiras e marinhas, de acordo com a legislação nacional e internacional, e com base na melhor informação científica disponível
6. Até 2020, proibir certas formas de subsídios à pesca, que contribuem para a sobrecapacidade e a sobrepesca, e eliminar os subsídios que contribuam para a pesca ilegal, não reportada e não regulamentada, e abster-se de introduzir novos subsídios como estes, reconhecendo que o tratamento especial e diferenciado adequado e eficaz para os países em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos deve ser parte integrante da negociação sobre subsídios à pesca da Organização Mundial do Comércio
7. Até 2030, aumentar os benefícios econômicos para os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos, a partir do uso sustentável dos recursos marinhos, inclusive por meio de uma gestão sustentável da pesca, aquicultura e turismo
8. Aumentar o conhecimento científico, desenvolver capacidades de pesquisa e transferir tecnologia marinha, tendo em conta os critérios e orientações sobre a Transferência de Tecnologia Marinha da Comissão Oceanográfica Intergovernamental, a fim de melhorar a saúde dos oceanos e aumentar a contribuição da biodiversidade marinha para o desenvolvimento dos países em desenvolvimento, em particular os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos
9. Proporcionar o acesso dos pescadores artesanais de pequena escala aos recursos marinhos e mercados
10. Assegurar a conservação e o uso sustentável dos oceanos e seus recursos pela implementação do direito internacional, como refletido na UNCLOS [Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar], que provê o arcabouço legal para a conservação e utilização sustentável dos oceanos e dos seus recursos, conforme registrado no parágrafo 158 do “Futuro Que Queremos”.
Agora que você entende importância da ODS 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, ajuda a compartilhar esse conhecimento com seus amigos e conhecidos compartilhando o artigo com eles.
Juntos podemos mudar o mundo!
Se você quiser continuar aprendendo sobre Agenda 2030, confira os artigos do tema aqui no blog do Colab.
Publicitária metida a escritora que gosta de falar sobre criatividade na gestão pública e é uma grande amante dos pães de queijo.