Neste artigo explicamos como a Islândia inovou ao escrever sua Constituição de forma colaborativa através do Facebook.
Que o Facebook é uma rede social que serve para diversas coisas, como combinar protestos, encontros, reuniões, bater papo, arranjar namorado, fazer ligações e mais um monte de coisas, com certeza você já sabe.
Mas você sabia que ele foi usado para escrever a Constituição de um país?
Vem cá, que neste artigo eu te explico essa história direito ;)
O país que inovou na hora de fazer sua Constituição foi a Islândia. Em 2011, eles resolveram consultar sua população através de um meio de comunicação muito eficiente, mas inusitado para a ocasião: o Facebook.
Tal situação se deu pelo momento político vivido pelo país, que se encontrava com uma Carta Magna datada de 1944, uma população altamente instruída, engajada e letrada, e uma crise financeira sem precedentes.
Além disso, eles estavam em uma crise de representatividade, na qual os islandeses não confiavam muito que o Legislativo pudesse expressar fielmente a vontade do povo no documento.
Por este motivo, a população elegeu um comitê constituinte formado por acadêmicos e líderes comunitários apartidários, que trabalharam no novo código do país.
Escolhidos democraticamente pelo povo, os membros desse conselho resolveram devolver à população parte do poder neles depositado, consultando-a sobre as normas que deveriam constar na nova Constituição, que foi escrita completamente de forma colaborativa.
Com 100% da população alfabetizada, 95% com acesso à internet e quase 70% com contas em redes sociais, eles acharam em ferramentas como Facebook e Twitter a melhor forma de se comunicar e saber a opinião das pessoas sobre o trabalho que estava sendo feito.
Através de uma página criada na rede social, o conselho constitucional transmitia suas reuniões através de lives no Facebook, lia os comentários dos cidadãos e iam publicando o conteúdo enquanto escreviam.
Todos os cidadãos podiam propor e incluir sugestões ao documento, o que despertou sentimentos de pertencimento e responsabilidade na população, já que suas opiniões estavam sendo levadas em conta.
A redação final do documento foi apresentada aos islandeses em um referendo em 2012 e aprovada por dois terços da nação.
Gostou da iniciativa dos islandeses? E você, se pudesse escolher um novo meio de participar das decisões da sua cidade e de seu país, qual escolheria?
Ana Mendonça é jornalista e gestora de políticas públicas. Defensora de uma linguagem simples na administração pública, acredita no poder do cidadão e no protagonismo do gestor.