7/11/2022
Governo

Mudanças climáticas: quais são os impactos e como preveni-los?

Descubra quais são os impactos gerados pelas mudanças climáticas e como o sistema de transparência de dados é capaz de auxiliar na criação de uma sociedade mais resiliente à elas.

Temas como o aquecimento global, a emissão de gases do efeito estufa e a redução de carbono estão em pauta regularmente para enfatizar a conscientização das mudanças climáticas. Mas será que os gestores e a própria sociedade estão preparados para enfrentar seus desafios? 

A resposta ainda está sendo descoberta, mas já é possível entender que a importância e o senso de urgência sobre o assunto é algo que vem tirando o sono do planeta terra — e de todos que habitam nele. Aqui, damos ênfase aos países subdesenvolvidos e as economias de baixa e média renda. 

O fator alerta para que essas mudanças aconteçam na visão dos especialistas Cathy Krüger, consultora inter-regional da Parceria para Estatísticas em Desenvolvimento no Século 21 (PARIS 21), e Joel Gurin, presidente do Centro para Empresas de Dados Abertos (CODE), é o desenvolvimento de ecossistemas integrado de dados universais para a ação de fato acontecer.

De acordo com Cathy e Joel em artigo publicado no Apolitical

“Para que possamos prever e entender os impactos de um único desastre relacionado às mudanças climáticas, precisamos de muito mais do que dados sobre temperatura, eventos climáticos extremos e riscos de inundação. Precisamos de uma grande quantidade de dados interconectados sobre saúde, infraestrutura, finanças, fornecimento de energia e muitos outros fatores críticos para entender e gerenciar os efeitos das mudanças climáticas.” 

A abordagem apontada pelos especialistas diz respeito ao gerenciamento mais eficaz dos dados coletados, o que envolve capacitar países que não possuem a mesma fonte de recursos para gerar informações abrangentes e inclusivas. A partir disso, tanto os dados quanto a ampla variedade de fontes, se tornam ferramentas oportunas para a geração de soluções climáticas em um futuro próximo. 

Segundo o relatório de Mudanças Climáticas de 2022, gerado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e, de acordo com 278 cientistas de 65 países, para que tenhamos a chance de manter ao alcance o limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris, o mundo deve atingir o pico de emissões de gases do efeito estufa (GEE) dentro dos próximos três anos.

Abaixo, destacamos medidas recomendadas pelo IPCC.

  • Expandir o uso de energia limpa:

Toda a geração de eletricidade deve ser de baixo carbono até 2050, enquanto a geração total deve aumentar para permitir a eletrificação de sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC, na sigla em inglês), transporte e maquinário industrial, entre outros. 

  • Investir em inovação para descarbonizar a indústria:

Melhorar a eficiência energética, reduzir a demanda de materiais por meio de soluções de economia circular, implementar tecnologias de captura e armazenamento de carbono em setores nos quais a redução de emissões é mais difícil e fazer a transição para processos industriais de baixa emissão, são ações necessárias na produção de materiais como aço, cimento, plástico, celulose, papel e produtos químicos. 

  • Incentivar construções verdes:

Desde a publicação do Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, em 2014, o número de construções de zero carbono aumentou em quase todas as zonas climáticas. 

Aquecimento elétrico, eletrodomésticos e iluminação mais eficientes e o uso circular de materiais têm sido fundamentais. 

Diretrizes verdes tanto para a etapa de construção quanto para o uso da edificação, bem como normas de energia para construções, podem promover avanços.

  • Redesenhar as cidades e fazer a transição para o transporte de zero e baixo carbono:

Sem uma mudança na trajetória, as emissões de CO2 do setor de transportes devem aumentar em até 50% até 2050. Precisamos de ações para reverter essa tendência. 

O IPCC descobriu que as cidades podem reduzir o consumo de combustível em cerca de um quarto ao promover cidades compactas e infraestrutura que priorize outros modos de transporte, como faixas de pedestres e ciclovias. 

Essas mudanças visando um desenho urbano mais acessível e de baixo carbono melhoram o bem-estar das pessoas na medida em que reduzem os congestionamentos e a poluição do ar.

  • Conservar os ecossistemas naturais e melhorar os sistemas alimentares:

O IPCC mostra que a proteção, restauração e o manejo sustentável de ecossistemas ricos em carbono (como florestas e turfeiras) — junto à redução de GEE na produção de alimentos, contenção do desperdício e mudança para dietas mais sustentáveis — são medidas de custo relativamente baixo que podem mitigar entre 8 e 14 Gt CO2e por ano até 2050.

No entanto, boa parte desse potencial geral está nos países em desenvolvimento, nos quais instituições fracas, direitos fundiários precários e financiamento escasso são fatores que dificultam a implementação de mudanças.

De volta ao artigo do Apolitical, os especialistas destacam sobre a importância do acesso aos dados gerados para a mudança acontecer. 

“Uma abordagem ecossistêmica orientada pelo país para os dados sobre mudanças climáticas superará as barreiras existentes ao uso de dados sobre mudanças climáticas para ação, garantirá maior colaboração e compartilhamento de dados e beneficiará o mundo.”

Tais dados estão disponíveis para que gestores de diferentes partes do mundo possam acessá-los e compreendê-los de forma eficaz para que as mudanças sejam realizadas com sucesso. O desafio está em construir parcerias de políticas públicas não só a nível nacional, mas sim a nível mundial, entendendo através delas as particularidades de cada país. 

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Mudanças climáticas: quais são os impactos e como preveni-los?

Lívia Donadeli

Jornalista e gestora de projetos sociais com foco em ESG. Atualmente usa o audiovisual como sua principal ferramenta de narrativas de impacto. Acredita que histórias podem transformar as pessoas e pessoas transformam o mundo.