5/1/2022
Governo

Pavimentando o caminho para uma governança de migração verde

Saiba como planejar os próximos passos de uma gestão mais sustentável com os impactos previstos para os próximos 30 anos.

As mudanças climáticas para os próximos 50 anos já foram anunciadas no último encontro do G20, como já comentamos aqui no Blog no artigo sobre Gestão de desastres ambientais.

Mas como os gestores podem se preparar com o cenário de migração que virá pela frente a partir dessas mudanças?

A resposta para essa pergunta foi respondida no artigo do Apolitical escrito pela Katrina Guanio, oficial sênior do programa do Centro Internacional de Formação de Autoridades e Líderes da Universidade de Filipinas(UP-CIFAL).

Segundo Katrina, a mobilidade humana devido às mudanças climáticas não é novidade para nós, elas sempre tiveram interações complexas desde que as civilizações existem. “As pessoas se movem em resposta ou em antecipação aos riscos climáticos.” comenta a oficial.

Porém essa não é a única consequência, além do clima ambiental estão junto no pacote fatores econômicos, políticos, culturais e demográficos que são os responsáveis por gerarem a intenção e a decisão de mudança de local de origem das pessoas. 

No relatório do Centro de Monitoramento e Deslocamento Interno (IDMC) apresentado em 2020, estima-se que 23,9 milhões de pessoas no mundo se deslocaram de suas cidades/países por questões de eventos climáticos, como tempestades, inundações, furacões e tufões. 

Já o relatório do Banco Mundial estima que em 2021 aproximadamente 200 milhões de pessoas se mudem dentro de seus países ou que se locomovam internamente, como migrantes, por conta das mudanças climáticas, nos próximos 30 anos. Abaixo um paralelo que Katrina trouxe para entendermos a situação atual:

O problema: os impactos gerados pela mudanças climáticas, assim como a antecipação dos seus riscos, estão sendo cada vez mais os principais fatores de decisões para as pessoas se mudarem;

Por que é importante: as estimativas globais mostram que haverá mais de 200 milhões de migrantes climáticos até 2050;

Qual seria a solução: alinhar as questões de justiça climática com a governança de migração, reconhecendo a construção de resiliência como uma estratégia de adaptação prioritária. A migração deverá ser o último recurso proposto e sempre com ordem e dignidade.

“Onde o movimento é necessário, os governos devem garantir uma migração segura, ordenada e regular, bem como o retorno digno e a reintegração dos migrantes do clima. Da mesma forma, os migrantes do clima devem receber medidas de proteção social adaptáveis, incluindo saúde, oportunidades de permanência, garantias de emprego, transferências de renda e acesso à justiça, entre outras”, explica Katrina.  

Toda a mobilidade humana, meio ambiente e mudanças climáticas têm interações entre si e raramente são conexões lineares. Os impulsos interagem com os fatores econômicos, políticos, culturais e demográficos de cada país, que acabam influenciando as decisões das pessoas sobre elas vão se mudar ou se irão ficar. 

Portanto, essa é uma pauta com extrema urgência para os gestores pensarem na governança de migração responsiva, uma vez que o contexto das mudanças climáticas é o último recurso na lista de fatores para encarar a mobilidade. 

A reflexão que fica para os gestores públicos é: qual será a proposta de controle para que essas pessoas possam ter sua dignidade,segurança e direitos humanos garantidos quando essa jornada migratória começar a acontecer de fato?

 


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Pavimentando o caminho para uma governança de migração verde

Lívia Donadeli

Jornalista e gestora de projetos sociais com foco em ESG. Atualmente usa o audiovisual como sua principal ferramenta de narrativas de impacto. Acredita que histórias podem transformar as pessoas e pessoas transformam o mundo.