7/4/2021
Cidadão

Conheça a história da vacina e o Programa Nacional de Imunizações do Brasil

No dia mundial da Saúde a pauta mais importante é sobre os avanços da vacina no Brasil no cenário de uma nova onda da pandemia de COVID-19.

Não é de hoje que os estudos sobre imunização e uma incansável corrida pela vacina vem sendo estudada. Esse tema, tão presente no Brasil e no mundo, está em pauta desde 1796, quando o médico inglês Edward Jenner desenvolveu a primeira vacina, na época contra a varíola. 

A doença levou quase 200 anos para ser erradicada, sendo constatado seu último caso natural no final dos anos 70. A OMS certificou a erradicação dela em 1980, sendo uma das primeiras pandemias controladas pela imunização da vacina. Mas não foi nada fácil convencer a comunidade científica, médicos e população a tomá-la. 

Edward Jenner havia testado nele mesmo e na sua família, mas em algumas situações não teve o sucesso esperado. Começou a surgir então boatos de que as pessoas ao receber o medicamento eram transformadas em vacas, e esse mito se espalhou de Londres para o mundo, chegando diversas versões de mitos e verdades sobre a vacina.

Vacina no Brasil

No Brasil, a chegada da vacina foi em 1804, quase uma década após sua invenção, sendo passada entre escravos num navio que cruzou o Atlântico de Lisboa até a Bahia. Após 30 anos, na intenção de combater a varíola, a vacina se torna obrigatória em crianças. Em 1846 a obrigatoriedade se estende para adultos, porém só em 1884 começam as produções em grande escala no Brasil.

Cem anos depois da descoberta do imunizante, quando o vírus atingiu a então capital do país em 1900, Rio de Janeiro, a cidade além das pandemias (febre amarela, peste bubônica e a varíola) sofria com a falta de saneamento básico. Nesse momento, o então presidente da República Francisco de Paula Rodrigues Alves iniciou diversas medidas para melhorar o saneamento e a saúde pública. Junto com a determinação, o médico e epidemiologista Oswaldo Cruz começou a auxiliar nas medidas sanitárias e em conjunto tentou promover a vacinação em massa. 

As pessoas se revoltaram contra a obrigatoriedade da vacina e fundaram uma espécie de liga anti-vacinação, estourando em seguida uma rebelião popular conhecida como a Revolta da Vacina. Em pouco tempo a população foi contida pelo governo, que reorganizou as expectativas e suspendeu a obrigatoriedade das vacinas. Oswaldo Cruz é o precursor da vacina no Brasil e fundador da Fundação Oswaldo Cruz, reconhecida internacionalmente.

Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Desde o início, as vacinas se mostraram em sua grande maioria bem-sucedidas, uma medida preventiva de saúde pública que evita pelo menos 2 milhões de mortes ao ano, segundo dados da OMS. Aqui, logo após o último caso de varíola, foi formulado o Programa Nacional de Imunizações, determinação do Ministério da Saúde com a missão de coordenar as imunizações em nível nacional. 

Em 1975 foi institucionalizado o PNI com a proposta de estimular e expandir a utilização de vacinas, buscando ações de imunizações em todo o país. Através desse programa somos reconhecidos internacionalmente pela distribuição de vacinas, com mais de 300 milhões de doses anuais sendo distribuídas em vacinas, soros e imunoglobulinas. 

Vacinas do COVID-19

Atualmente atravessamos mais uma pandemia e a vacina está se mostrando novamente a medida mais eficaz para retomar as atividades sociais. A corrida agora é outra, pois estamos vivenciando em tempo real suas descobertas, muitas delas com êxito.

O Brasil conta neste momento (março/abril de 2021) com 17 projetos de pesquisas para uma vacina nacional contra o COVID-19, segundo o Ministério da Saúde. No mundo são mais de 300 imunizantes contra o vírus em fase de experimento. 


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Lívia Donadeli

Jornalista e gestora de projetos sociais com foco em ESG. Atualmente usa o audiovisual como sua principal ferramenta de narrativas de impacto. Acredita que histórias podem transformar as pessoas e pessoas transformam o mundo.