Confira exemplos e estratégias para envolver adolescentes na construção de espaços urbanos em uma abordagem alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
A gente não quer só comida… Certa vez, um poeta marcou uma geração inteira com uma letra atual e coerente.
Aos gestores públicos, pergunto: vocês já questionaram os jovens cidadãos e cidadãs: do que vocês têm fome? Esse mesmo poeta afirmava que os anseios vão além de comida; desejamos comida, diversão e arte!
E como todas essas necessidades, vontades e desejos podem ser atendidos? Não esquecendo de elencar as respostas, é válida mais uma pergunta: qual a parte do setor público nisso tudo?
Com o objetivo de tornar essa conversa mais concreta, antes de dar início ao projeto, ele passa por várias etapas preliminares. E, para se construir espaços para e com a presença de adolescentes, é preciso fomentar ambientes que considerem a vez e a voz dessa população.
Projetar ambientes destinados a adolescentes exige uma atenção minuciosa às suas necessidades, regionalidades, interações locais e sobretudo sua identidade no todo da sociedade. A adolescência por si só é uma intensa e preciosa explosão de transições e descobertas que se encaixam entre a infância e a vida adulta. No geral, é um direito de todo e qualquer cidadão ser considerado e, portanto, ser ouvido no processo de construção dos espaços públicos.
Um bom exemplo de projeto que considerou a comunidade local, composta por adolescentes, é o High Line Park, em Nova York. Ele tem sido considerado um dos maiores projetos de revitalização em centros urbanos com massiva participação cidadã.
O High Line é um parque elevado, caracterizado como um parque linear que se estende por 2,33 km no distrito de Manhattan. Sua singularidade reside em dois curiosos e importantes fatos: ter seu projeto iniciado amplamente no desejo dos moradores do entorno e ocupar uma seção elevada da antiga Linha West Side, uma ferrovia desativada da cidade de Nova Iorque.
Para colocar um projeto como esse de pé, é preciso considerar espaços de participação indispensáveis, como:
Ainda sobre o ponto de visto do quão benéfico é poder contar com o planejamento de espaço para e com adolescentes, vale muito lembrar e reiterar os ODS contemplados em ações dessa temática:
ODS 3: Saúde e Bem-Estar:
ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis:
ODS 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes:
ODS 17: Parcerias e Meios de Implementação:
Reconhecendo que os desejos e necessidades dos jovens vão além do básico, abrangendo comida, diversão e arte, gestores públicos têm a oportunidade de criar ambientes que promovam saúde mental, interação social e expressão criativa.
O exemplo do High Line Park em Nova York destaca como a participação cidadã pode transformar espaços urbanos. O envolvimento ativo dos adolescentes, através de ferramentas como o Orçamento Participativo Juvenil, a educação com escuta ativa e políticas de juventude bem elaboradas, revela um caminho para moldar ambientes que atendam às aspirações da juventude.
Além disso, o alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ressalta a relevância do planejamento de espaços para adolescentes. A busca por saúde e bem-estar (ODS 3), cidades e comunidades sustentáveis (ODS 11), paz, justiça e instituições eficazes (ODS 16) e parcerias eficazes (ODS 17) encontra eco na criação de espaços urbanos que valorizam a voz dos jovens.
Assim, ao abraçar estratégias participativas e inclusivas, os gestores públicos podem promover uma mudança positiva, garantindo que o futuro das cidades seja forjado com a colaboração e a energia dos adolescentes. Essa abordagem não apenas fortalece o tecido social, mas também traz benefícios concretos para a saúde, o bem-estar e a sustentabilidade das comunidades urbanas.
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Débora Farias é jornalista e gestora de políticas públicas pela EACH-USP, especialista em multimeios e pós graduanda bolsista pelo INSPER. Entusiasta por inovação e pesquisa acredita que acesso à informação de qualidade muda realidades e é um direito de todos.