Vamos falar com sinceridade: alguém aqui é fluente em burocratês? Por isso que, nesse artigo, queremos te mostrar a importância de utilizar a linguagem simples no cotidiano do setor público.
Vamos falar com sinceridade: alguém aqui é fluente em burocratês?
Sim, burocratês, a famosa linguagem utilizada pelo serviço público que confunde até quem se depara diariamente com ela. Se os servidores públicos ficam confusos, imagine então a população brasileira onde mais de 11 milhões de pessoas não sabem ler nem escrever.
Por isso que, nesse artigo, queremos te mostrar a importância de utilizar a linguagem simples no cotidiano do setor público.
A transformação digital trouxe a necessidade de atender rapidamente às demandas dos nossos consumidores ou, no caso do setor público, a população.
Sabemos que o setor público não está na vanguarda da transformação digital como deveria. Algumas prefeituras já adotaram soluções tecnológicas, como aplicativos que tornam a gestão pública mais eficiente e colaborativa (como o Colab), enquanto outras ainda engatinham para começar a digitalizar documentos.
A administração pública ainda não se adaptou a essas necessidades e já se depara com um novo desafio: utilizar a linguagem mais simples possível para falar com a população. Vamos fazer um breve exercício de imaginação para que você compreenda a importância de simplificar a linguagem.
Imagine que você está assistindo à televisão no final do dia, o que você faz? Será que presta atenção no programa ou se divide entre as informações que estão saindo da tela e as que chegam pelo seu celular?
Se nem o entretenimento tem mais 100% da nossa atenção, por que insistimos em acreditar que, usando uma linguagem complexa e incomum para a maioria das pessoas, vamos ter a atenção delas?
A linguagem simples é uma técnica de comunicação utilizada internacionalmente e ganhou destaque em meados dos anos 1970, quando começou a ser usada em países como o Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Canadá.
Grupos de servidores públicos, cidadãos e consumidores perceberam que o burocratês dificultava a conversa entre o setor público e a população. Juntos, esses grupos criaram a Linguagem Simples com o objetivo de facilitar a compreensão de textos, tornando-os mais fáceis de ler e entender.
Essa iniciativa reflete até hoje em nossa sociedade, sendo implementada em diversos governos.
Em 2017, o Governo publicou o decreto para simplificar atendimento a usuários de serviços públicos com o objetivo de desburocratizar a relação com os cidadãos e aumentar a eficiência do Estado.
Já em outubro de 2018 foi sancionada a Lei nº 13.726/18, também conhecida como Lei da Desburocratização, que torna obrigatório aos servidores públicos simplificar formalidades no trato com os cidadãos como, por exemplo, reconhecimento de firma ou aceitar a cédula de identidade ou título de eleitor no lugar da certidão de nascimento.
A Lei nº 13.460/17, conhecida por Código de Defesa do Usuário do Serviço Público, também está alinhada a isso. Conforme publicado no site da Controladoria-Geral da União.
"Os órgãos e entidades públicos abrangidos pela lei deverão avaliar os serviços prestados, nos seguintes aspectos:
A avaliação será realizada por pesquisa de satisfação feita, no mínimo, a cada um ano, ou por qualquer outro meio que garanta significância estatística aos resultados."
Esses decretos contribuem para aumentar a eficiência e a agilidade dos serviços públicos, porém, ainda falta muito para que o Brasil possa dizer que seu atendimento com a população utiliza a linguagem simples. Inclusive, na câmara de São Paulo está tramitando um projeto de lei que torna obrigatório o uso da linguagem simples no atendimento do serviço público.
Nosso serviço público está começando a se adaptar à transformação digital, mas nós já podemos ir nos acostumando a utilizar a linguagem simples, pois para implementá-la basta apenas usar a empatia e inovar na hora de escrever. Afinal, ninguém gosta de ouvir ou ler algo e sair com o sentimento de não ter entendido nada.
O Colab pode te ajudar com isso! Para auxiliar às prefeituras a se adequarem à lei 13.460, desenvolvemos a Cartilha “7 passos para uma Comunicação Cidadã”. Para fazer o download de uma cópia do material, clique aqui.
Publicitária metida a escritora que gosta de falar sobre criatividade na gestão pública e é uma grande amante dos pães de queijo.